Ti Alzira da Ilha dá voz a novo vídeo de OMIRI
Escrito por 97fm Rádio Clube de Pombal em 2022-02-11
Outros “pombalenses” surgem também no trabalho lançado hoje no youtube
Foi a 4 de Setembro do ano passado que OMIRI mostrou, na Praça Marquês de Pombal, o resultado das suas deambulações pelo concelho de Pombal, onde recolheu sons e imagens em diversas localidades. Essas recolhas foram depois misturadas pelo artista, que a elas juntou a sua própria música, compondo uma paleta de canções que ficou na memória das cerca de duas centenas de pessoas que assistiram ao espectáculo. A projecção dos vídeos na fachada da Igreja Matriz de Pombal ajudou a que se tenha feito magia naquela noite e ninguém regressou a casa indiferente.
Foi preciso esperar alguns meses para que o tão esperado CD, onde estariam reunidos os nove temas com as participações pombalenses, visse a luz do dia. A 13 de Novembro, o artista regressou à Aldeia do Vale para apresentar o livro+Cd “Beira Litoral e Ribatejo Vol.1: Pombal, Alcanena e Tomar”, onde compilou os 28 temas musicais que fizeram parte do projecto que abraçou a convite da Artemrede.
Quase três meses depois, a 11 de Fevereiro, OMIRI acaba de lançar, no seu canal de youtube, o primeiro vídeo de um dos temas recolhidos no concelho de Pombal. A canção chama-se “O cai di, o cai dá” e conta com a voz da Ti Alzira Pereira, da Ilha, que aliás dá também a voz a outros temas do CD. Participam ainda no vídeo Idalina Marques e Luzia Pereira, as senhoras que acompanham a Ti Alzira na arte do bracejo; mas ainda se pode ver e ouvir Lourenço Monteiro, da Aldeia do Vale, a cortar lenha; Manuel Simões, de Cassinheiras, a bater o ferro e o tear de Maria de Jesus Silva, conhecida como Maria das Mantas. Este é um dos temas que também já pode ouvir na 97FM.
Talvez seja difícil explicar por palavras a música de OMIRI, mas o próprio afirma que se encontra no estilo conhecido como electrofolk. OMIRI é Vasco Ribeiro Casais que recolhe e compõe os temas a partir de misturas feitas ao computador dos sons que recolhe de práticas antigas, muitas delas já em desuso, e das canções e histórias que as pessoas generosamente partilham com ele. Sobre o projecto que realizou para a Artemrede, o autor destaca que “todo o processo de recolha foi feito em tempo de pandemia mas mesmo assim a generosidade das pessoas envolvidas superou todas as adversidades e fui sempre muito bem recebido onde quer que fosse”. Vasco Ribeiro Casais sente que só tocou na superfície “no que respeita à riqueza do Património Cultural Imaterial destes três concelhos (Pombal, Alcanena e Tomar)”, abrindo a porta para futuros trabalhos em que possa aprofundar a temática.
Para que possa acompanhar a Ti Alzira deixamos aqui a letra de “O cai di, o cai dá”:
Semeei no meu quintal, o cai di, o cai dá
A semente do repolho, o cai di ai dá
Nasceu uma burra velha com uma batata no olho
O cai di, o cai dá, o cai di ai di ai dá (2x)
A subi ao feijoeiro, o cai di, o cai dá
P’ra apanhar quatro pêras, o cai di ai dá
Veio de lá o dono das batatas. ó ladrão larga as abóboras
O cai di, o cai dá, o cai di ai di ai dá (2x)
Maria não morras hoje, o cai di o cai dá
Que amanhã também é dia, o cai di cai dá
Amanhã morro eu, vou na tua companhia
O cai di, o cai dá, o cai di ai di ai dá (2x)
Minha mãe casai-me cedo, o cai di o cai dá
Que me morde a passarinha, o cai di ai dá
Ó filha coça-a com o dedo, que eu também cocei a minha
O cai di, o cai dá, o cai di ai di ai dá (2x)
Nesta noite sonhei eu, o cai di o cai dá
Com a minha prima Teresa, o cai di ai dá
De manhã quando acordei ainda tinha a vela acesa
O cai di, o cai dá, o cai di ai di ai dá (2x)
Estes rapazes agora, o cai di o cai dá
Até não são muito feios, o cai di ai dá
São como os frangos de aviário que não cantam nem galeiam
O cai di, o cai dá, o cai di ai di ai dá (4x)