Recolha de bens para a Ucrânia: Segundo camião parte este domingo
Escrito por 97fm Rádio Clube de Pombal em 2022-03-03
Para já as maiores necessidades são alimentos não perecíveis, medicamentos e produtos de higiene, como fraldas para bebés
Em Pombal, ucranianos radicados em Portugal e outros voluntários organizam-se para recolher donativos para enviar para a zona fronteiriça da Polónia com a Ucrânia.
Surpreendidos pela adesão, enviaram já esta segunda-feira um camião de donativos e prepara-se para enviar o segundo no próximo domingo. Yuliya Horobets, cidadã ucraniana em Portugal há mais de 20 anos, explica que para já as maiores necessidades são alimentos não perecíveis, medicamentos e produtos de higiene, como fraldas para bebés.
“Para já, já mandámos um camião: mandámos muita roupa quente e cobertores, por isso a nossa prioridade agora é comida, porque os ucranianos precisam de comer, as nossas crianças estão a sofrer porque não têm nada, nem papas ou sumos, nem fraldas, nem artigos de higiene. Medicamentos também são muito uteis neste momento, assim como enlatados, leite, água, ou arroz”, revela.
Apesar dos momentos difíceis que se vivem no seio desta comunidade: “nunca imaginámos passar por uma situação destas”. A onda de solidariedade que se tem vivido nos últimos dias não deixa Yuliya indiferente.
“A ajuda aqui é muito forte, estamos com o coração cheio de alegria pela ajuda do vosso povo, do nosso povo, porque estamos cá há mais de 20 anos e acredito que somos uma família convosco, por isso os nossos pombalenses são os melhores”, quando são chamados a ajudar.
A voluntária revela dificuldades no processo de entrega dos bens essenciais enviados, assim como a falta de abertura para que entre alguma ajuda humanitária na Ucrania. “O que posso dizer? Até as guerras têm regras e os russos não estão a cumprir com nada. Não olham para a Cruz Vermelha que está a tentar ajudar o nosso povo, não poupam hospitais, não olham para as crianças, nem olham para ninguém. Os russos estão mesmo para matar, eles querem tirar a nossa raça do Mundo. Não tenho palavras para isto”, lamenta. E admite que o seu povo está a viver “num inferno”.
Yuliya Horobets espera poder acolher familiares, no entanto revela muitas dificuldades para quem se encontra longe das fronteiras, onde o processo de fuga do país pode ser muito perigoso.
EM algumas zonas “são mesmo muitos quilómetros para sair de um bunker e atravessar o país. As bombas não param de cair e as sirenes de alerta não param de tocar, por isso é mais perigoso sair do que ficar em casa, nas caves, não andam na rua. Para já só aqueles que estão a morar perto da fronteira têm a possibilidade” de fugir.
Desta forma, os cerca de 20 voluntários envolvidos na recolha de bens essenciais apelam a todos “quanto possam que ajudem o povo ucraniano neste inferno que estamos a viver”. A entrega dos donativos pode ser feita no quartel dos Bombeiros Voluntários de Pombal, “quem agradecemos muito”, revela Yuliya Horobets.