Pombal volta a receber itinerância do Teatro Nacional D. Maria II
Escrito por 97fm Rádio Clube de Pombal em 2024-07-31
O Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, que está encerrado para obras de requalificação, vai apresentar até ao final do ano 15 espectáculos em vários concelhos portugueses, mas também outras actividades, de acções de formação a uma exposição. Pombal vai voltar a estar na rota da itinerância do teatro, recebendo a 20 de Setembro, no Teatro-Cine, a peça “Luta Armada”.
Num comunicado divulgado esta semana, o teatro recorda que, embora o edifício da Praça D. Pedro IV, conhecida como Rossio, esteja encerrado, continua “a promover actividades em todo o país e, ao mesmo tempo, a apresentar-se em vários espaços culturais da cidade de Lisboa”. Entre Setembro e Dezembro apresentará 15 espectáculos em vários concelhos do país, aos quais se somam seis projectos de participação, encontros, conversas, debates, fóruns, lançamentos de livros, acções de formação, actividades para público escolar, uma exposição e ainda uma conferência sobre Democracia Cultural.
Entre Setembro e Dezembro, o Teatro Nacional D. Maria II vai levar a vários pontos do país os espectáculos “Luta Armada”, de André Amálio e Tereza Havlíčková, pela companhia Hotel Europa; “Onde é a guerra?”, de Catarina Requeijo; “Diário de uma República II”, de Fernando Giestas, da Amarelo Silvestre; “Terminal – O estado do mundo”, de Inês Barahona e Miguel Fragata, da Formiga Atómica; “25 de Abril de 1974”, de Jorge Andrade, da mala voadora; “Quis saber quem sou”, de Pedro Penim; “As Castro”, de Raquel Castro; e “Guião para um país possível”, de Sara Barros Leitão, da plataforma Cassandra. Entre as localidades que vão receber espectáculos contam-se Paredes de Coura, Cartaxo, Faro, Portalegre, Pombal, Carrazeda de Ansiães, Borba, Campo Maior, Fundão, Idanha-a-Nova e Sever do Vouga.
Programado para Pombal, “Luta Armada” continua a investigação da companhia Hotel Europa sobre o passado recente, analisando os projectos políticos que recorreram a ações violentas como forma de luta. “Este projeto tem como ponto de partida uma extensa recolha de testemunhos de pessoas que militavam nestas organizações, assim como a pesquisa de documentos sobre as suas acções, criando um espectáculo de teatro documental multidisciplinar. Um trabalho que passa pelas ações de grupos que actuaram antes e pós-revolução: os que viam na luta armada a única forma de acabar com o fascismo e o colonialismo português; os grupos de extrema-direita que actuaram no período do PREC; os movimentos independentistas dos Açores e da Madeira e ainda os que, pós-1980, lutaram para repor o socialismo”, lê-se na informação disponível sobre o espectáculo, no sítio do Teatro Nacional D. Maria II.
A programação do Teatro Nacional D. Maria II para a última parte deste ano inclui também o programa de arte participativa Atos, desenvolvido em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian, “através do qual são viabilizados projectos artísticos participativos em seis concelhos de todas as regiões do país (Évora, Funchal, Lamego, Loulé, Ponta Delgada e São João da Madeira), bem como fóruns, acções de formação e uma conferência sobre Democracia Cultural”, que acontecerá em Outubro na sede da fundação, em Lisboa. Até ao final do ano, é possível visitar-se no Museu Nacional do Teatro e da Dança, em Lisboa a exposição “Quem és tu? – Um teatro nacional a olhar para o país”. No último quadrimestre de 2024, o D. Maria promove acções de formação, oficinas, actividades em escolas, conversas, encontros, debates e lançamentos de livros.
O Teatro Nacional D. Maria II encerrou no início de 2023 para obras de requalificação, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Inicialmente previa-se que reabrisse um ano depois. Em Novembro de 2023, porém, a data de reabertura foi adiada para o início de 2025, acabando por sofrer novo adiamento para 2026. Recentemente, o Conselho de Administração daquele teatro, num comunicado enviado à agência Lusa, referia que “a complexidade de uma obra desta envergadura, num edifício histórico classificado como monumento nacional, acarreta o risco de ocorrência de imprevistos e trabalhos complementares, pelo que se estima agora a reabertura do Teatro ao público no início de 2026”. O edifício está a ser alvo de “uma profunda intervenção, que envolve a renovação e o restauro de várias áreas […], incluindo espaços públicos, técnicos e de bastidores”.
O Teatro Nacional D. Maria II está, desde o encerramento, a desenvolver o programa “Odisseia Nacional” em parceria com concelhos de todas as regiões de Portugal continental e ilhas.