CIM da Região de Leiria defende que novo aeroporto “exige o reforço dos investimentos na mobilidade no Centro do País”

Escrito por em 2024-05-16

A Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL) veio chamar atenção para o futuro da mobilidade entre a capital e a região Centro.

Em nota à comunicação social, divulgada a 15 de maio, a CIMRL defende que a decisão tomada pelo Governo de localizar o novo aeroporto internacional de Lisboa na margem sul do Tejo, em Alcochete, e a subsequente priorização da futura Linha de Alta Velocidade (LAV) que vai ligar Lisboa a Madrid, são “opções que devem ser acompanhadas de projetos de reforço da mobilidade da região Centro”. A associação propõe que os trabalhos de articulação entre as infraestruturas das duas regiões estejam sincronizados com a inauguração do Aeroporto “Luís de Camões”, que entrará em pleno funcionamento em 2031-2034. Isto significa a antecipação da 2ª fase do TGV Lisboa-Porto, o troço de ligação entre Soure, Leiria e Carregado (Lisboa), uma obra que está projetada para iniciar depois de 2030, bem como a respetiva ligação à LAV.

A Fase 2 do TGV, entre Soure, Leiria e o Carregado, tem um investimento estimado de 1900 milhões de Euros, que, como apontou a CIMRL, perfaz menos de 15% do valor estimado para os novos projetos agora apresentados pelo atual Governo. Além das infraestruturas aeroportuárias, estes projetos incluem a conclusão da linha de Alta Velocidade entre Lisboa e Madrid, incluindo a Terceira Travessia sobre o Tejo (TTT), o que representa um investimento global estimado superior a 12,6 mil milhões de euros.

A CIMRL demonstrou interesse numa reunião das CIM da Região Centro com o novo Governo, no sentido de avaliar os impactos desta decisão para a coesão territorial e ao nível dos fluxos de desenvolvimento económico. “A nova localização aeroportuária na margem sul do Tejo e a desativação total aeroporto internacional da Portela (Humberto Delgado) terão fortes consequências nas dinâmicas populacionais, turísticas e ao nível das empresas e emprego, o que exige uma urgente resposta da antecipação deste novo contexto e respetivos desequilíbrios regionais”, diz o comunicado da associação.

As comunidades intermunicipais das regiões de Leiria, de Coimbra, da Beira Baixa, Beiras e Serra da Estrela e do Médio Tejo assumiram em junho do ano passado uma posição pública conjunta na defesa de Santarém para a localização do novo aeroporto, considerando esta a opção “que melhor servia o objetivo da coesão e a maioria da população portuguesa que reside a norte do Tejo”.

Fotografia retirada da revista Visão.

 


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