CGTP considera situação salarial na Sumol+Compal “inaceitável”

Escrito por em 2022-01-13

Isabel Camarinha lamenta ausência de resposta da administração da Sumol+Compal à carta reivindicativa aprovada em Novembro pelos trabalhadores

 

A secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, acompanhou a manifestação, realizada a 12 de Janeiro, de mais de uma centena de trabalhadores da empresa, em Almeirim (Santarém), ao som de palavras de ordem como “o aumento dos salários é mesmo necessário” ou “Compal escuta, os trabalhadores estão em luta”, tendo considerado “inaceitável” que os trabalhadores da Sumol+Compal não tenham “evolução salarial significativa” há mais de 10 anos, passando de diferenças de 200 euros em relação ao salário mínimo para cerca de 25 euros.

Isabel Camarinha afirmou que o protesto, que decorreu também na unidade de Pombal, resulta da ausência de resposta da administração da Sumol+Compal à carta reivindicativa aprovada em Novembro pelos trabalhadores.

De acordo com a Agência Lusa, a líder da CGTP destaca o facto de os salários não terem “qualquer evolução significativa há mais de 10 anos”, com a diferença em relação ao salário mínimo nacional a passar de 200 euros para 25 euros, ou menos, para trabalhadores “com qualificações, com experiência, com muitos anos de carreira”.

“Isto é completamente inaceitável. Faz parte deste modelo que as empresas querem manter dos baixos salários, que, associado à precariedade, aos horários longos, desregulados, ao trabalho por turnos, desgastante, faz com que os trabalhadores não tenham condições de vida e de trabalho, nem conciliação da vida profissional com a pessoal e familiar, e não tenham dignidade na valorização das suas profissões”, declarou.

Isabel Camarinha destacou a adesão ao protesto, criticando que uma empresa “com muitos milhões de euros de lucros”, que manteve sempre a actividade, mesmo no período da pandemia da covid-19, não tenha sequer apresentado uma contraproposta aos sindicatos.

Para a dirigente, a questão do aumento dos salários no país “é uma emergência, para haver desenvolvimento da economia, incremento do mercado interno, aumento da produção nacional e dinamização do próprio tecido empresarial”, bem como receitas para o Estado cumprir com as suas obrigações.

Os trabalhadores reivindicam, nomeadamente, a “reformulação do escalonamento da tabela salarial, quase totalmente absorvida pelo SMN [Salário Mínimo Nacional], e a implementação de perspectivas de progressão de carreira”.

Outras reivindicações são a implementação de 25 dias de férias sem penalizações e a redução faseada da carga semanal para 35 horas, “possibilitando aos trabalhadores a melhoria de qualidade da sua vida familiar, conciliando-a com a sua vida profissional, contribuindo para a melhoria dos índices de produtividade da empresa”, afirma o documento.

Por outro lado, querem a adopção de “um sistema de diuturnidades, assente em seis escalões, em que cada escalão represente a permanência de cinco anos na mesma função”, e uma valorização salarial acessória de 50 euros em cada diuturnidade.

Questionada pela Lusa, a Sumol+Compal disse reiterar que “está sempre disponível para ouvir as preocupações dos seus trabalhadores através de um diálogo aberto e responsável”.


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