CDS debateu Sicó e lança críticas aos municípios da região

Escrito por em 2024-06-19

A Associação Recreativa e Cultural de Pousadas Vedras acolheu, no passado sábado, a conferência Sicó – Ideias para o Futuro, organizada pela concelhia de Pombal do CDS-PP. Ao longo do dia, por ali passaram, entre outros, Carlos Silva, geógrafo e autor de várias publicações sobre Sicó; o engenheiro florestal José Pais, que é também guia da natureza; ou Ivânia Monteiro, directora do Explore Sicó, que está em fase de conclusão. Houve também tempo para o debate de ideias, apreciar alguns produtos locais e assistir à actuação do Grupo de Danças e Cantares da associação anfitriã.

No final da iniciativa, Telmo Lopes, presidente da concelhia centrista de Pombal, fez um balanço muito positivo, “apesar dos pequenos atrasos que ocorreram pelas conversas terem demorado mais do que o previsto, o que significa que os temas eram interessantes”. Foi um dia em que considera que os participantes aprenderam muito sobre Sicó. “Ouvimos coisas que já sabíamos, mas muitas mais que não sabíamos”, esclareceu, com a convicção de que “conseguimos reunir muita informação útil para trabalhar, confirmámos muitas das ideias que tínhamos para propor para o futuro e também conseguimos ter novas ideias daquilo que faz falta para o território”. E para Telmo Lopes, faz falta, acima de tudo, “que os seis municípios que compõem a região de Sicó trabalhem em conjunto, definam uma estratégia de desenvolvimento local devidamente planeada com objectivos, financiamento definido e deadlines para execução”. O líder do CDS-PP de Pombal entende que “há intervenções necessárias, quer ao nível do património natural, cultural, da própria flora, que tem espécies únicas em Portugal e algumas delas no mundo, que não são do conhecimento da população e que têm de ser potenciadas”. Diz ainda que “ficou patente, das conversas com produtores, a falta de apoio e a falta de aposta que há nos produtos locais”, havendo menções a que, em eventos oficiais de municípios e da Terras de Sicó, “em ofertas que estas entidades fazem a outras entidades, são utilizados vinhos e queijos que não são da Sicó, entre outras asneiras que não fazem qualquer sentido em municípios que dizem que apostam na sua região”. Telmo Lopes diz que agora resta à concelhia centrista tirar as conclusões, colocá-las por escrito e enviar às entidades, “de forma a fazermos pressão para que alguma coisa mude”.

Telmo Lopes criticou também a Terras de Sicó – Associação de Desenvolvimento, dizendo que “tem de fazer mais do que tem feito. Os fundos que essa associação tem disponíveis têm de ser utilizados e aplicados de outra forma, nomeadamente em investimentos no território que também permitam o seu desenvolvimento e que sejam produtivos”. O presidente do CDS-PP de Pombal garante que “o território tem fontes de riqueza próprias, autóctones, quer seja através da flora, do pastoreio, do queijo, da produção de azeite, do vinho, do mel ou das ervas aromáticas, que essas sim é que trazem desenvolvimento, fixam pessoas e deixam riqueza nas pessoas que vivem no território. Têm que ser essas as apostas. Tudo o resto pode ser bonito e importante, mas só embeleza e não resolve o problema de fundo”.

A concelhia do CDS-PP deu ainda nota negativa para algumas ausências não justificadas e para o desinteresse demonstrado para com a iniciativa pela maioria das autarquias do território e pela Terras de Sicó.

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