Caminho do Centenário liga Gaia a Fátima e reduz peregrinos nas vias nacionais
Escrito por 97fm Rádio Clube de Pombal em 2023-05-04
O Caminho do Centenário que liga Vila Nova de Gaia ao Santuário de Fátima, num total de 200 quilómetros, hoje inaugurado, reduz “drasticamente” a circulação de peregrinos nas estradas nacionais ao oferecer “algumas alternativas” por vias secundárias e rurais.
De acordo com o presidente da Associação Caminhos de Fátima (ACF), e autarca de Pombal, Pedro Pimpão, o traçado do Caminho do Centenário foi estabelecido com vista em facilitar a movimentação de pessoas isoladas ou em grupo, onde o objectivo “primordial passa por garantir a segurança dos peregrinos”, reduzindo a circulação de peões nas estradas nacionais, e criando “um caminho alternativo, por vias secundárias, de forma a “evitar acidentes graves na EN1 e IC2”.
O, também, presidente da Câmara de Pombal aproveitou a cerimónia protocolar para explicar que a iniciativa pretende, ainda, “a valorização territorial, patrimonial e económica dos Municípios atravessados pelos Caminhos de Fátima”.
Num total de “mais de 200 km de intervenção no Caminho Norte”, o Caminho do Centenário, que tem no jardim do Morro em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, o seu quilómetro zero, atravessa 14 municípios, nomeadamente Vila Nova de Gaia, Santa Maria da Feira, São João da Madeira, Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha, Águeda, Anadia, Mealhada, Coimbra, Condeixa, Soure, Pombal, Leiria e Ourém, com chegada ao Santuário de Fátima, em que “cerca de 80% do percurso” e feito fora das estradas nacionais mais movimentadas”, garante o responsável.
Pedro Pimpão revela que “para a execução do projeto, e atendendo às normais restrições orçamentais, estimam-se investimentos físicos e materiais na ordem dos 5 milhões de euros e cerca de 750.000 euros de investimentos imateriais de promoção e divulgação”, sendo que os “municípios envolvidos suportarão mais de 50% destes investimentos, sendo a restante parte suportada por fundos comunitários”. Um valor ao qual se juntam “mais 600.000 euros de investimento (já realizado) na Rota Carmelita”.
Para já a iniciativa conta com uma “acção de promoção do percurso junto dos peregrinos e caminhantes através de materiais de divulgação”, com um “reforço da sinalização rodoviária para mitigar ainda mais os perigos que subsistirem na solução alternativa que foi criada”. Além disso a ACF prevê a “produção e distribuição de um conjunto de materiais de segurança junto de peregrinos e caminhantes (coletes reflectores, lanternas, chapéus, capas para a chuva, etc.)”, de forma a sensibilizar os caminheiros.
Além de procurar ajudar a resolver as questões de segurança na circulação dos peregrinos que se dirigem a Fátima, reduzindo a ocorrência de acidentes por circulação nas principais vias rodoviárias nacionais, o itinerário “oferece uma experiência pessoal, espiritual e turística muito rica e diversificada porque permite a fruição do território, da história, do património, da natureza e da gastronomia”, sublinhou.
“À semelhança do que sucede com os Caminhos de Santiago, na Galiza, em Espanha, espera-se que a definição de rotas oficiais de peregrinação até Fátima, focadas na segurança das pessoas e dos seus bens, com intencionalidade cultural e turística, ajude a desenvolver os concelhos que participam na administração do traçado, chamando mais peregrinos nacionais e estrangeiros interessados nesta nova forma de transformar em experiência e memória uma forma antiga de peregrinar”, frisou.
A terminar a sua intervenção, o presidente da Associação Caminhos de Fátima, Pedro Pimpão, desafiou todos os peregrinos a explorarem este novo trajecto, concebido e gerido pela ACF, que foi pensado como experiência espiritual e sensorial.