Autarcas querem estrutura de reflexão que agrupe municípios da Região Centro

Escrito por em 2022-04-17

O objetivo passa pela identificação das necessidades infraestruturais e de políticas legislativas deste território que culminem num documento a enviar ao Governo

Treze autarcas do “corredor ibérico”, entre a Figueira da Foz e a fronteira com Espanha, estiveram reunidos para discutir a criação de uma estrutura de reflexão que agregue um conjunto de municípios da região Centro.

“É hora de dizer basta à continuidade de privilégios atribuídos às áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto sob a forma de investimentos e políticas públicas”, disse hoje à agência Lusa, o anfitrião da reunião e presidente da Câmara de Oleiros, Fernando Marques Jorge.

O desafio para a criação desta estrutura foi lançado por este autarca do distrito de Castelo Branco e o objectivo passa pela identificação das necessidades infra-estruturais e de políticas legislativas deste território que culminem num documento a enviar ao Governo.

“Toda esta região [referenciada pelo eixo Figueira da Foz-fronteira] está repleta de belezas de todo o tipo – da gastronomia às paisagens – e de gente trabalhadora e criativa. Mas tem sido sempre secundarizada. Em meu entender, só uma união séria e activa dos autarcas pode fazer face a este fado contínuo”, afirmou.

Os autarcas apontaram a necessidade “urgente” de conclusão e requalificação do IC8 (itinerário complementar que liga a A17, na zona de Pombal, à A23, em Vila Velha de Ródão), da construção do IC31 (entre a fronteira e a A23, em Castelo Branco – colocando a região no eixo Lisboa-Madrid), da região ser encarada como um território possível para acolher o futuro aeroporto, e de ser dada prioridade à criação de políticas e efectivas de discriminação positiva.

“Desde há muito que medito sobre a forma de fazermos valer a força que temos nesta região Centro, desde a fronteira com Espanha até ao litoral. Sistematicamente, Governo após Governo, em épocas eleitorais, prometem um não acabar de promessas, logo esquecidas salvo raras excepções”, sustentou Fernando Marques Jorge.

Os autarcas presentes na reunião concordaram que este processo de união de concelhos pela região Centro tem de ter o envolvimento das respectivas comunidades intermunicipais (CIM) para a elaboração de um documento a ser debatido no Conselho Regional da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, para chegar ao Governo.

Nesta primeira “cimeira autárquica regional” estiveram presentes Arganil, Castelo Branco, Coimbra, Condeixa, Fundão, Idanha-a-Nova, Penamacor, Proença-a-Nova, Sertã, Vila de Rei, Vila Nova de Poiares, Vila Velha de Ródão e Pombal. Outros municípios da região Centro, (casos da Figueira da Foz, Covilhã, Batalha, Pampilhosa da Serra, entre outros) justificaram a sua ausência, por motivos de agenda.

Segundo Fernando Marques Jorge, os ausentes expressaram “total solidariedade” à proposta de criar um manifesto de interesses colectivo que defenda e posicione toda a região Centro, no momento em que arrancam o Plano de Recuperação e Resiliência e um novo quadro comunitário de apoio para 2021-2027, ambos apoiados por fundos europeus.

De forma a dar continuidade a esta iniciativa, está prevista uma nova reunião de autarcas em data e local a definir.


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