Associação Caminhos de Fátima quer concluir este ano Caminho do Centenário
Escrito por 97fm Rádio Clube de Pombal em 2023-01-23
A Associação Caminhos de Fátima (ACF) anunciou como prioridade para 2023 a conclusão do projecto do Caminho do Centenário, que inicia em Gaia e termina no Santuário de Fátima, numa extensão de cerca de 212 quilómetros.
“Para este mandato que agora se inicia, a direcção sinalizou como prioridades a conclusão, já em 2023, do projecto que cria, intervém, sinaliza e promove o trajecto principal das peregrinações a Fátima, o Caminho do Centenário (Gaia-Fátima), com o objectivo de o tornar cada vez mais seguro para peregrinos e caminhantes, sobretudo na época das principais peregrinações, bem como o desenvolvimento e lançamento de todos os meios, produtos e suportes de comunicação e divulgação dos percursos e do projecto”, informou a ACF, numa nota de imprensa.
Segundo a mesma nota, enviada à agência Lusa na sequência da eleição, em Dezembro de 2022, dos órgãos sociais, cujo mandato termina em 2025, a associação vai, paralelamente, “continuar a colaborar na gestão e promoção da Rota Carmelita, um percurso originalmente criado e desenvolvido pela Agência para o Desenvolvimento dos Castelos e Muralhas Medievais do Mondego que liga Coimbra a Fátima num itinerário mais seguro e atractivo em termos naturais e culturais, e que atravessa os concelhos de Coimbra, Condeixa-a-Nova, Penela, Ansião, Alvaiázere e Ourém”, numa extensão de 111 quilómetros.
O presidente da ACF, Pedro Pimpão, explicou que, no caso do Caminho do Centenário, se está na “fase final das intervenções físicas”, que são “da responsabilidade de cada um dos municípios que integram” a associação (13, desde Gaia até Fátima, no concelho de Ourém).
“Estamos a terminar essas intervenções em cada um dos territórios para passarmos à fase seguinte que já estamos a preparar também, da comunicação, da promoção e da divulgação dos Caminhos de Fátima”, referiu Pedro Pimpão à Lusa.
O também presidente da Câmara de Pombal declarou que “um dos propósitos iniciais que esteve subjacente à criação deste Caminho do Centenário era o de promover a segurança dos peregrinos, desviando-os nomeadamente do IC [itinerário complementar] 2 e criando caminhos alternativos para garantir a segurança dos peregrinos, mas também para valorizar o território” e as especificidades de cada um dos concelhos que atravessa.
O autarca reconheceu que existe uma tradição, sobretudo nas grandes peregrinações de 13 de Maio e 13 de Outubro ao Santuário de Fátima, “de os peregrinos irem pelas estradas principais”, por “conhecerem o percurso e ser o mais rápido possível para chegarem”.
“Mas aquilo que nós queremos é que paulatinamente – e nós já sentimos isso – as pessoas comecem a utilizar vias alternativas”, disse, considerando que, “em alguns casos, podem ter distâncias maiores, mas aquilo que os peregrinos ganham de oportunidades de conhecimento do território, além da questão de segurança, pode fazer com que nas próximas décadas haja essa transformação do peregrino de Fátima no sentido de começar a percorrer estes caminhos alternativos”.
O autarca adiantou que esses caminhos “vão estar associados a outro tipo de iniciativas”, porque o objectivo é o de que em cada um dos concelhos “possam ser criadas outras dinâmicas, albergues e outros serviços de apoio aos peregrinos”.
Pimpão revelou-se confiante de que, “a médio prazo, vai haver aqui uma transformação positiva e, naturalmente, que as pessoas vão começar a utilizar cada vez mais estes caminhos que já estão sinalizados”.
O presidente da ACF, que se diz um apaixonado pelos Caminhos de Santiago, antecipou um aumento dos peregrinos que se desloquem a pé a Fátima este ano, devido à Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa, e a previsível deslocação do papa ao santuário mariano.
“Já o ano passado, neste período pós pandemia, nós verificámos um aumento exponencial do número de peregrinos que vão até Fátima (…). E não tenho dúvidas de que vai haver um acréscimo significativo de peregrinos, até porque nós vamos ter milhares de jovens que vão estar distribuídos pelas várias dioceses na semana antes” da JMJ.